Pílula do Dia Seguinte: 10 coisas que você precisa saber sobre

Dúvidas sobre o uso da pílula do dia seguinte não costumam surgir durante uma consulta médica de rotina, mas em mensagens desesperadas de pacientes que não estão planejando uma gravidez: “Transamos sem camisinha, estou no período fértil… E agora?” ou “Esqueci de tomar o anticoncepcional algumas vezes no mês e ele gozou dentro. O que eu faço?”. Então, a seguir, vamos tirar as principais dúvidas sobre este método contraceptivo de emergência.

⦁ Quando tomar a pílula do dia seguinte?

Como o próprio nome diz, em uma emergência, para evitar uma gravidez indesejada. Por exemplo, a camisinha estourou ou você esqueceu de tomar 1 comprimido da pílula anticoncepcional ao longo do mês ou, ainda, em casos de violência sexual. Ela é um recurso contraceptivo importante, porém não deve ser usada de forma regular por sua alta taxa hormonal.

⦁ Como usar?

Existem dois tipos: um vem em dose única, enquanto o outro é composto por dois comprimidos (um deve ser ingerido logo após a relação sexual e o segundo, após 12 horas). Em ambos os casos, a pílula do dia seguinte deve ser tomada – no máximo – até 72 horas após o sexo desprotegido. Quanto mais demorar, menor a eficácia contra uma gravidez indesejada. E, embora seja possível comprar a medicação nas farmácias sem prescrição médica, é indispensável procurar orientação profissional para se certificar de que ela é indicada para o seu caso.


⦁ A pílula do dia seguinte funciona como um abortivo?

Não. Ela age antes que a gravidez ocorra. Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo. Agora, se a fecundação já tiver ocorrido, irá provocar uma descamação do útero, impedindo a implantação do ovo fecundado. Caso o ovo já esteja implantado, ou seja, já tenha iniciado a gravidez, a pílula do dia seguinte não tem efeito algum.


⦁ Quais os efeitos colaterais?

O mais frequente deles é a alteração no ciclo menstrual e do tempo de ovulação. Em outras palavras, calcular o período fértil e a data da próxima menstruação será impossível. Além disso, dor de cabeça, sensibilidade nos seios, náuseas e vômitos são sintomas comuns. Aliás, em caso de vômito ou diarreia nas duas primeiras horas após a ingestão da pílula, a dose deve ser repetida. Se você tem um organismo sensível a medicamentos e está com orientação médica, peça a indicação de um remédio contra enjoos para tomar ao mesmo tempo que a pílula do dia seguinte.


⦁ Existe contraindicação?

A pílula do dia seguinte tem poucas contraindicações. Mesmo que a pessoa tenha uma doença grave, o cenário de uma gravidez indesejada é sempre pior. Como esta medicação não tem estrogênio em sua composição, ela não aumenta o risco de trombose. Pessoas obesas ou com cirurgia bariátrica podem ter menor absorção do contraceptivo, reduzindo sua eficácia. E quem tem insuficiência hepática ou renal deve buscar orientação médica antes de usar a pílula do dia seguinte.


⦁ Se tomar a pílula do dia seguinte repetidas vezes, ela perde o efeito?

Não, mas o risco de gravidez aumenta. Quando a pílula do dia seguinte é ingerida até 24 horas depois do sexo desprotegido, sua eficácia gira em torno de 85%. Ou seja, há cerca de 15% de chances de engravidar. Para se ter ideia, em média, esse risco é de 0,1% na pílula anticoncepcional – desde que usada corretamente ao longo de todo o mês.


⦁ É possível engravidar mesmo tomando a pílula do dia seguinte?

Sim. Como todo método contraceptivo, há risco de falha. Depende muito da fase do ciclo menstrual em que a pílula do dia seguinte foi tomada – se a pessoa já ovulou, ela tem maior chance de falhar. De qualquer forma, quanto mais rápido ingerir (após o sexo desprotegido), menor o risco de gravidez indesejada.


⦁ Ela é um método contraceptivo? Posso trocar a camisinha pela pílula do dia seguinte?

Não. Ela deve ser usada em casos excepcionais e não como um anticoncepcional de rotina, como muitas pessoas estão fazendo. A dose alta de hormônio do medicamento, cerca de 20% a mais do que o existente em uma drágea de anticoncepcional, aumenta o risco de efeitos colaterais. Além de ser menos eficaz do que uma pílula tradicional. O contraceptivo de emergência também não protege das infecções sexualmente transmissíveis. Contra elas, só mesmo a boa e conhecida camisinha.


⦁ O uso da contracepção de emergência pode afetar o aparelho reprodutor?

Pode, pois há um risco (pequeno) de gravidez nas tubas. Se acontecer, a pessoa pode ser submetida a uma cirurgia para retirada da tuba e isto afetar a sua fertilidade futura. Esta é uma das razões pelas quais este tipo de pílula não deve ser usada rotineiramente.


⦁ Ao utilizá-la, estarei protegida até a chegada da menstruação?

Não. Você terá se protegido somente da relação sexual que aconteceu antes de ter tomado a pílula do dia seguinte. Busque orientação médica para decidir qual método contraceptivo se encaixa melhor na sua vida e nos seus planos.

Você pode gostar de ler:

Sexo na menopausa: é possível ter prazer?

Sexo na menopausa: é possível ter prazer?

A menopausa corresponde à última menstruação das pessoas com útero, uma fase natural da vida que costuma ocorrer entre os 45 e os 55 anos de idade. Os ovários diminuem a produção de hormônios e podem surgir sintomas...