Amor sincero, amor real

A maternidade sempre foi envolta por uma aura de santidade. A santa mãe que se sacrifica, que se doa por completo à sua cria e tem como compensação um sentimento sublime de plenitude: o amor materno. Por esse amor, tudo vale a pena, tudo é recompensado. Esse modelo coube perfeitamente por séculos, quando os únicos papéis da mulher eram mesmo os de mãe e esposa.

No entanto, nos últimos 50 anos, o mundo mudou rapidamente, pelo menos aqui no Ocidente.O ingresso da mulher no mercado de trabalho, associado aos movimentos feministas, instigou-a a querer algo mais. A mulher se voltou para si, para os seus próprios anseios e, agora, quer conquistar tudo o que lhe foi negado ancestralmente.

As meninas, que antes eram educadas para as prendas domésticas, hoje fazem MBA e, muitas
vezes, acabam ignorando a realidade do universo infantil. Algumas optam por nem se tornarem
mães, mas muitas ainda acabam envoltas pela nuvem cor-de-rosa do amor sublime e, como não têm a noção real do que é ser mãe, romantizam esse papel.

Quando o bebê nasce, além do amor sublime, vem a constatação: crianças dão trabalho – e muito. Elas exigem uma dedicação que a mulher atual não consegue ou não está preparada para dar. Não por “amar menos” seus filhos, mas porque tem outros desejos e obrigações concomitantes. Somos piores mães do que nossas avós? Desse modelo de dedicação de tempos atrás é que brotam as centelhas de culpa das mães pós-Amélia. Não conseguimos mais ser como antes, apesar de carregarmos esse lastro cultural. Então, surgem inúmeros conflitos.

É difícil voltar para o lar quando se batalhou muito para estar fora dele. Sem falar que não contamos mais com uma rede de apoio formada por outras mulheres da família, que antigamente também eram só mães e ajudavam na criação das crianças. Há um isolamento, o que torna a questão ainda mais angustiante. Talvez por isso, as redes sociais apareçam como local para socialização e discussão sobre o papel materno.

Mas isso ainda ocorre de forma superficial, sem dar vazão a muitos sentimentos ambíguos. Na comunidade virtual, reproduzem-se vários padrões da nossa sociedade: a família margarina, o corpo malhado, a última moda, a viagem incrível, as crianças graciosas e comportadas… A vida parece mais fácil e glamourosa do que realmente é, com uma pincelada de frivolidade. Uma pena que um espaço tão bacana de trocas se torne quase um folhetim de sucessos.

Acredito, caras leitoras, que, assim como eu, vocês amem seus pequenos profundamente. Morreríamos por eles se fosse preciso. A questão aqui não é questionar o amor materno e, sim, o mito de que ele nos completa totalmente. Precisamos discutir esse assunto de forma mais sincera e ampla, sem tabus. Que as mães virtuais se pareçam mais com as mães reais e que possam dividir experiências, dificuldades e conflitos, em vez de acusações.

Meus filhos estão em uma fase chata de brigas e competição e isso tira o meu bom humor. E na sua casa, como é?

Crédito do texto e da imagem: Revista Crescer

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