Como ficam os seios após a amamentação?

Certa vez escutei a seguinte frase de uma paciente do SUS: ” o governo manda a gente amamentar nossos filhos até 2 anos de idade, mas não paga a plástica na mama depois!”. Ela estava muito brava e com vergonha de mostrar as mamas que alimentaram quatro crianças. Segundo ela, os três primeiros mamaram até o sexto mês e o menor até 3 anos, fato que causou “um estrago” nas mamas dela. Como muitas mulheres de baixa renda no Brasil, ela teve os primeiros filhos na faixa dos 20 anos e o último, aos 30.

Será que as mamas podem mesmo “cair” após a amamentação?

Na verdade, em cada mulher, o impacto será diferente. Mas, dificilmente, elas voltarão ao que eram antes da gravidez. Sorry! Isso porque elas passam por uma ação hormonal durante a gestação e a lactação, com o intuito de propiciar a produção de leite. Ficam maiores para abrigar o leite (o alimento mais completo que existe para o bebê) e a pele se distende nos primeiros meses de amamentação. Após alguns meses, a produção de leite se adequa à quantidade que o bebê mama – e a mama para, então, de crescer. Sendo assim, a paciente que atribuiu a flacidez de suas mamas ao tempo de aleitamento estava enganada.

A idade da mãe também influencia, claro. Em mamas jovens, há o predomínio de tecido glandular, o que as deixa firmes. Com o passar da idade, ele vai sendo substituído por um tecido gorduroso, tornando-as mais amolecidas. Por isso, o controle do peso é um fator importante na gestação: se a mulher ganhar muito peso, o tecido gorduroso da mama também vai aumentar em excesso, contribuindo para a distensão da pele e posterior flacidez. Sem falar nas estrias…

Outra coisa que pode mudar depois do aleitamento é o tamanho dos seios, por causa da diminuição das glândulas mamárias no final do processo. Por outro lado, se a mulher estiver acima do peso, também pode aumentar. Além disso, se o bebê mama mais de um determinado lado, essa mama poderá ficar maior do que a outra, já que recebeu maior estímulo (é a sucção que impulsiona a produção do leite e, por consequência, incha o seio). Por último, o número de gestações também influencia, já que o “vai-e-volta” do tecido mamário e da pele é mais frequente.

As mamas e a sexualidade da mulher

Além do papel de nutrição do bebê, não podemos nos esquecer de que as mamas são muito importantes para a sexualidade da mulher. É uma notória arma no jogo de sedução. Não é uma delícia ousar com um decote de vez em quando? Na hora da transa, é uma ferramenta a mais para a excitação do casal. Mas se você anda inibida com suas mamas ou transando de sutiã, pode ser que os seios estejam realmente incomodando. Que tal fazer uma visitinha a um cirurgião plástico? Hoje em dia, por conta dos avanços da medicina estética, as suas mamas podem ficar bem naturais. Vale a pena escutar o que ele tem a dizer.

De forma alguma, obviamente, quero desestimular a amamentação com essas considerações. Reforço que amamentar é uma experiência única, de amor, de conforto, de laço afetivo. Até hoje me lembro de como fiquei triste quando o meu filho não quis mais mamar e de como gostava da sensação do leite vazando do peito. E ainda há inúmeros benefícios para a saúde da criança, como prevenção de alergias e obesidade. Já para a mãe, diminui o risco de síndrome metabólica, de câncer de mama (se for antes dos 20 anos) e de ovário e ajuda a emagrecer. Mesmo que a suas mamas não voltem a ser como antes, vale muito a pena vivenciar essa fase. E quem sabe elas não ficam mais bonitas!

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