Você tem reparado que sua calcinha está úmida no final do dia, mas não sabe identificar se é algum tipo de corrimento ou só uma secreção natural da vagina? Normal! Não é tão fácil diferenciar sem saber quais são os vários tipos. Mas uma coisa é certa: conhecer as características de cada um pode ajudar a identificar um problema vaginal e buscar rapidamente um tratamento. Para tirar suas dúvidas sobre corrimento x secreção, o Só Delas conversou com a ginecologista Carolina Ambrogini. Confira!
1) Qual a diferença entre o corrimento e a secreção fisiológica da vagina e como identificar cada um?
Toda mulher em idade fértil (antes da menopausa) tem secreções vaginais fisiológicas, que variam conforme a época do ciclo menstrual. Veja quais são os períodos:
Secreção:
Logo após a menstruação: pouco e transparente ou, às vezes, amarelado por conter resquícios de sangue;
Período fértil: fluido e abundante, parecendo clara de ovo, com uma textura gelatinosa;
Após o período fértil: branca e espessa, semelhante a mingau (mulheres que usam pílula costumam ter esse tipo de secreção);
Em tese, secreção normal não tem odor, mas, ao final de um dia quente com a mesma calcinha, pode apresentar um cheiro de suor, já que a virilha tem glândulas sudoríparas (produtoras de suor).
Corrimento:
É um caso patológico, pois representa microorganismos que podem ou não pertencer à flora vaginal, podendo estar em desequilíbrio ou ser anormal, como uma DST, por exemplo. Os tipos mais comum, que podem ser transmitidos sexualmente ou não, são:
Candidíase: um corrimento branco em pedaços, tipo nata de leite. Vem sempre com algum tipo de irritação, coceira ou ardor;
Alteração da flora vaginal (vaginose): é um corrimento amarelado ou acinzentado com odor forte;
DST: em caso de doenças contraídas através da relação sexual, a secreção é amarelada, abundante, tipo pus amarelo esverdeado.
2) O corrimento sempre indica algum problema vaginal? Quando deve ser uma preocupação para a mulher?
O corrimento sempre representa algum tipo de infecção vaginal. Por isso, se ele apresentar algumas das características acima mencionadas, a mulher deve procurar seu ginecologista para o diagnóstico correto e evitar a automedicação.
3) Como costuma ser o tratamento para corrimentos vaginais?
O tratamento varia de acordo com cada diagnóstico. Em geral, envolve o uso de antifúngicos orais e vaginais (no caso de candidíase) e antibióticos por via oral e/ou vaginal nos outros casos. Somente nos casos de doenças sexualmente transmissíveis que o parceiro também precisa ser tratado.
Se houver recorrência, algumas medidas podem ser eficazes para restabelecer a flora, como usar probióticos ou outras substâncias (o bicarbonato, por exemplo) para regularizar o pH vaginal. De toda forma, procure o seu médico ginecologista e nunca se automedique!
O artigo acima foi originalmente publicado no site Só Delas.