Eu e os filhotes

   Desde que virei mãe abandonei o despertador. Objeto totalmente desnecessário quando se tem filhos madrugadores. Neste Domingo fui chamada às 6 em ponto por um sonoro “Huuuuummmmm”. Era o Victor avisando que já tinha acordado e que alguém precisava tirá-lo do berço. Apesar dos seus ativos dois anos e meio ainda dorme no berço. A desculpa é que ele se movimenta muito a noite e poderia cair da caminha. Mas, cá entre nós, é mesmo pela sensação gostosa de ainda ter um berço em casa…
   Fui lá pegar o pequeno, meio sonâmbula, mas resignada ao horário ingrato. Cruzei com o marido no corredor, a Marina, que havia acordado minutos antes, já estava na sala de TV e ele voltava pra cama. Como marido acorda cedo durante a semana e eu, às vezes, consigo voltar pra cama quando a babá chega, não tem jeito, as manhãs-madrugadas de Domingo são minhas mesmo.
   Ainda na esperança de conseguir dar um cochilo no sofá, deixei a TV no Discovery Kids bem baixinha e não abri a janela da sala. Quem sabe eles não voltavam a dormir? A Marina estava no “seu lado” do sofá e posicionei o Victor no “lado dele” (já dividiram os lados do sofá e suas almofadas) e deitei por traz , abraçando meu bebezão. Acho que cochilei uns quinze, vinte minutos e acordei com o Victor se realojando nos meus braços. Foi quando me dei conta que a Marina estava com a cabeça apoiada em meu macio bumbum e com as perninhas entrelaçadas às minhas.
   Nesta hora, me aproximei do pescocinho do Victor e senti aquele cheirinho único,  que só a cria da gente tem e fechei os olhos. Queria guardar esta sensação de plenitude que a maternidade oferece em muitos momentos. Não precisava de mais nada na vida, só de ter os meus pequenos enroscados em mim, como uma leoa com os filhotes dormindo em cima do seu lombo. Felicidade completa. Comunhão.Pena que logo veio uma vozinha: “mãe, tô com fome, faz meu mingau?”
Bjs e bom domingo!

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