Estou grávida. Preciso me preocupar com a gripe H1N1?
Sim. A gripe suína, causada pelo vírus influenza A/H1N1, já demonstrou provocar mais complicações e mortes entre as gestantes, embora os cientistas não consigam explicar exatamente o motivo.
Por isso, as grávidas estão no grupo de risco para a gripe suína e são incluídas nas campanhas de vacinação – esse ano, a campanha começa dia 30 de abril em todo o país, mas já começou no Estado de São Paulo. Mulheres que deram à luz há menos de 45 dias e crianças de 6 meses até 5 anos também devem tomar a vacina gratuita durante a campanha. O risco maior das complicações da gripe suína é para a saúde da mãe, pois ela pode piorar rápido e ficar com pneumonia e dificuldade de respirar. Mas, se a mãe não estiver bem, o bebê acaba sofrendo também. Também aumenta a chance de parto prematuro.
Grávidas com sintomas de gripe, principalmente febre, tosse e/ou dor de garganta, devem falar com o médico nas primeiras 24 horas, mesmo que tenham sido vacinadas. O motivo é que o remédio específico para combater o H1N1, um antiviral, funciona melhor se tomado nas primeiras 48 horas da doença.
Tem algum jeito de evitar a gripe H1N1?
Sim, existe vacina. O governo brasileiro tem fornecido a vacina para todas as grávidas, gratuitamente, contra a gripe comum e contra a gripe H1N1 (na mesma picada). Informe-se num posto de saúde. Crianças de 6 meses a 5 anos também estão incluídas nas campanhas, junto com mulheres que tiveram bebê há menos de 45 dias, idosos, doentes crônicos, imunodeprimidos, profissionais de saúde e população prisional. Além disso, medidas simples de higiene podem ajudar a evitar a disseminação da gripe H1N1. São elas:
- Lave as mãos com frequência, principalmente antes das refeições. O ideal é usar água morna e sabonete. Esfregue os dois lados das mãos por ao menos 15 segundos e enxágue com bastante água. Quando não tiver acesso a água e sabão na hora, carregue com você um gel anti-séptico para as mãos à base de álcool, ou então lenços umedecidos.
- Evite colocar as mãos no nariz, olhos ou boca. Você pode até achar que suas mãos estão limpas, mas, se elas encostaram em uma maçaneta, xícara, porta de geladeira ou de banheiro que alguém contaminado tocou, o vírus pode ter sido passado para suas mãos.
- Vírus podem sobreviver por duas horas ou mais em superfícies como torneiras ou telefones. Por isso, lavar as mãos com frequência é uma medida que ajuda a evitar infecções de um modo geral.
- Não beije ou cumprimente com as mãos pessoas gripadas. Se não tiver jeito mesmo, lave bem as mãos logo depois.
- Abra todos os dias as janelas de casa e mantenha os ambientes bem arejados.
- Evite multidões e locais com concentração de pessoas, especialmente os fechados (isso vale para o transporte público, onde houver surto). Se trabalhar em locais fechados, peça para que as janelas sejam abertas e procure ficar perto delas, no lugar mais ventilado do ambiente.
- Evite viajar para áreas com surtos graves da doença.
- Oriente as pessoas a não tossir ou espirrar cobrindo a boca com as mãos, porque elas ficam então cobertas de vírus, que pode ser facilmente espalhado. A recomendação é cobrir o nariz e a boca com papel higiênico ou lenço de papel ao espirrar ou tossir e depois jogá-los fora. Quando não há papel descartável à mão, é melhor cobrir a boca com o braço. Muitos especialistas até acham esse método melhor que o papel.
- Sempre que alguém tossir ou espirrar, deve lavar bem as mãos ou limpá-las com gel anti-séptico à base de álcool ou com lenços umedecidos.
Como vou saber se estou com a gripe H1N1?
Os sintomas da gripe H1N1 não são muito diferentes dos da gripe comum:
- febre
- dor de garganta
- tosse
- cansaço
- dor de cabeça
- dor no corpo
Se você tiver sintomas de gripe, procure logo atendimento médico, ainda que não tenha todos esses sintomas. Como gestantes são grupo de risco para complicações, o ideal é que o médico avalie logo a necessidade de dar medicamentos antivirais, mesmo sem a confirmação de que se trata da gripe H1N1. Caso alguém próximo a você tenha pego a gripe, não se desespere. Existe grande chance de você não apresentar a doença. Observe bem seu organismo e, se tiver algum sintoma, entre em contato com um médico.
Outros sinais de alerta que vale a pena comunicar ao médico:
- Dificuldade para respirar ou falta de ar
- Catarro com sangue
- Dor ou pressão no peito ou no abdome
- Pele azulada ou roxa
- Tontura de repente, confusão mental
- Vômitos persistentes
- Diminuição nos movimentos do bebê
- Febre alta que não cede nem com paracetamol
Como é o tratamento para uma grávida?
Grande parte dos casos da gripe A/H1N1 é tratado em casa, com aqueles cuidados tradicionais para qualquer outra gripe, como bastante repouso, boa hidratação e as medidas de higiene descritas acima para evitar contágio a outras pessoas. Mulheres grávidas, no entanto, precisam de mais atenção, por isso devem falar com o médico imediatamente se sentirem qualquer coisa diferente. É possível que o médico prefira manter a mulher no hospital, principalmente se ela estiver no final da gestação. Os especialistas afirmam que os antivirais como o Tamiflu são recomendados para gestantes, já que os benefícios superariam os possíveis riscos do remédio para o bebê (não há estudos sobre a segurança dos antivirais na gestação e seus efeitos no desenvolvimento do feto). É fundamental, porém, lembrar que nenhum medicamento pode ser tomado sem recomendação médica e acompanhamento.