Manual de viagem para grávidas

As férias bateram na porta e você não vê a hora de arrumar as malas e explorar o mundo? Se você está grávida, calma. É preciso investigar se viajar, no seu caso, não trará problemas para a sua saúde e para a do bebê. Felizmente, a maioria das gestantes pode sim colocar o pé na estrada – desde que tomem os devidos cuidados. Já em quadros de risco, talvez a melhor alternativa seja adiar os planos por algum tempo. Porém, antes de preparar o roteiro, marque uma conversa com seu obstetra. Ele poderá avaliar a sua situação e dizer se você deve ou não sair da sua cidade.

Durante a consulta, conte todos os detalhes: qual será o meio de transporte utilizado, a distância, o destino… Só assim o profissional poderá orientar a família da melhor maneira. Para ir a regiões tropicais, por exemplo, você precisa tomar a vacina contra a febre amarela, contra-indicada para gestantes. Subir e descer serras é permitido, desde que o obstetra autorize, mas é preciso se alimentar bem e estar preparada, porque sua pressão pode baixar.

De quantos meses?
A resposta também vai depender do estágio da gravidez. O segundo trimestre é o mais indicado. É nesse período que a mãe costuma se sentir melhor e mais disposta, já que os sintomas dos primeiros três meses – enjoo e sono excessivo costumam ser os mais incômodos – tendem a diminuir, junto do risco de aborto espontâneo. Já a reta final exige uma série de precauções, porque o parto fica mais próximo e os desconfortos com o peso da barriga aumentam.

Se você estiver no terceiro trimestre e seu obstetra não indicar nenhum impedimento para levar a viagem adiante, opte por um destino próximo. Isso porque a partir da 36ª semana, o trabalho de parto pode ter início a qualquer momento. Então, ou você escolhe um lugar que dê tempo de voltar caso comece a sentir as contrações, ou se programa para ter o bebê por lá, se for uma opção. Nesse período, o mais indicado é dar preferência para trajetos feitos de carro. Assim, o veículo fica disponível, caso haja necessidade de correr para a maternidade.

Meio de transporte

Em viagens de carro ou de ônibus, apoie bem a coluna na poltrona, para evitar desconfortos. Na hora de colocar o cinto de segurança, deixe passe-o por baixo da barriga e não na frente dela. Assim, você se sente melhor e não corre o risco de se machucar se houver necessidade de uma freada brusca. Se o caminho for longo, também é importante parar para ficar um pouco em pé, esticar as pernas, caminhar, ir ao banheiro – grávidas sabem o quanto isso é necessário.

Alguns mitos dizem que viajar de avião no início da gestação pode ser ruim e ocasionar até um aborto espontâneo, mas é apenas uma lenda. A queda de pressão e a radiação são mínimas e isso não afeta a gestação. Se sua opção for essa e você estiver no sétimo, oitavo ou nono mês, apenas fique atenta às regras da companhia aérea escolhida. Algumas exigem autorização médica porque entendem que a gestante pode entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Ainda que sua gravidez não esteja tão avançada, se a viagem tiver muitas horas de duração, levante-se de vez em quando e caminhe pelo corredor, nem que seja para ir até o banheiro. Esticar e movimentar as pernas favorece a circulação e ajuda a prevenir o inchaço. A dica do cinto também vale aqui: passe-o por debaixo da barriga.

Quem for fazer um cruzeiro ou andar de barco deve conversar com o obstetra e pedir que ele receite um remédio seguro contra enjoo. Para prevenir o mal estar, prefira alimentos leves na hora das refeições.

Independente do tipo de transporte, opte por viajar sempre com roupas confortáveis e, se precisar, leve travesseiros que ajudem você a encontrar uma posição confortável durante o trajeto. Monte uma lancheira térmica, com opções de petiscos saudáveis e leve uma garrafinha de água para se hidratar com frequência. O líquido é outro aliado essencial para prevenir os inchaços, tão comuns e incômodos durante a gravidez.

Previna-se!
Ok, seu obstetra liberou a viagem, sua saúde está perfeita e a do bebê também e você colocou tudo o que vai precisar na mala para não ter nenhum tipo de problema. Mesmo assim, nunca conte apenas com a sorte e confira todas as opções que terá caso aconteça algum imprevisto. Verifique se seu plano de saúde oferece cobertura na cidade para a qual você vai ou faça um seguro de viagem. Veja também quais são e onde ficam os hospitais mais próximos e leve o contato de seu médico sempre na bolsa, junto do cartão com as informações sobre você e a gestação. Se possível, inclua também na mala alguns dos seus últimos exames.

À beira-mar
Se você for à praia, não há problema nenhum em entrar no mar até o nono mês. Por precaução, para se prevenir contra quedas ou outros acidentes, prefira ir somente até onde a água bata na altura dos joelhos. Outra recomendação importante é evitar ficar com o biquíni molhado durante muito tempo, já que isso pode aumentar o risco de desenvolver candidíase. A grávida também pode ter contato com a areia, desde que não tenha machucados nas mãos ou nos pés. Os ferimentos servem como porta de entrada para bactérias que podem existir no local. Embora as opções sejam muitas, evite alimentos comprados em barracas ou de procedência duvidosa. O ideal é levar sua bolsa com alimentos saudáveis, preparados em casa.

Completa e compacta
Alguns itens são indispensáveis na mala de viagem de uma gestante, seja lá qual for o destino escolhido. O filtro solar é o número um. Faça chuva ou faça sol, não se esqueça de passar o produto todos os dias. As grávidas tem predisposição a acumular manchas na pele – os chamados melasmas. Tomar sol sem proteção só facilita o problema.

Durante aquela consulta com o obstetra antes da viagem, verifique quais medicamentos você pode tomar e monte um kit de prevenção. Escolha roupas e sapatos confortáveis, adequadas para a temperatura do local. Apesar do resultado estético nada agradável, uma meia-calça elástica também pode ajudar na circulação, principalmente para quem vai ficar horas sentada.

Mas atenção! Seja moderada na hora de montar a bagagem. Faça uma lista apenas com os itens necessários e não leve nada em excesso. Afinal, só a barriga já oferece peso suficiente não é mesmo?

Fontes: Dra. Giuliana Petti, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) e Fernando Moreira de Andrade, especializado em medicina fetal

Crédito do texto e da imagem: Revista Crescer

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