Sexo: como o corpo reage em cada uma das 4 fases da excitação

Sexo: como o corpo reage em cada uma das 4 fases da excitação

Quando estamos envolvidas na transa, não pensamos em todas as mudanças que o nosso corpo passa, desde o início do desejo até o pós-orgasmo. E, de fato, não é um momento para racionalizar, e, sim, para curtir sensações prazerosas – quem pensa demais nesta hora, corre o risco de bloquear a excitação – Mas reconhecer a existência dessas fases tem a ver com descobrir o caminho para o próprio prazer. Explicamos melhor sobre cada fase a seguir.

Desejo

Por muito tempo acreditamos que a vontade de transar vinha de dentro da gente, como um impulso para satisfazer uma necessidade biológica. E a mulher que não se sentisse dessa forma era considerada frígida. Não à toa até hoje somos atormentadas pelo baixo desejo e tendemos a achar que algo está errado conosco. Mas, na maior parte dos casos, estar meio sem tesão não indica problema algum. O desejo da mulher é responsivo, diferentemente do dos homens, que é espontâneo, ou seja, movido pela atração.

“A mulher, muitas vezes, não entra na relação sexual com muita vontade de transar. A excitação vai acontecendo de acordo com as carícias. Os toques e preliminares, e as sensações causadas por elas, vão passar a mensagem para o cérebro que vai dar o gatilho para a excitação”, explica a ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, fundadora do Projeto Afrodite sobre sexualidade feminina, do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo.

Neste momento, os toques lentos e carícias delicadas –beijos de língua, no pescoço, na barriga e coxas– aumentam a excitação, que é a próxima fase.

Excitação

A fase da excitação evolui de forma gradual. Fisiologicamente, é caracterizada pela vascularização dos genitais –os órgãos masculinos e femininos se enchem de sangue, o que provoca a ereção masculina e a lubrificação feminina. O clitóris também aumenta de tamanho e extravasa do prepúcio, a pelinha que o recobre. Da mesma forma, a pressão cardíaca e arterial aumenta e a respiração fica mais intensa.

Logo no início da excitação, a penetração pode não ser agradável para muitas mulheres, porque a vagina pode não estar lubrificada o suficiente. É um momento para explorar a pele circundante do clitóris, em vez de partir logo para o estímulo direto. Tenha em mente que quanto mais tempo demora em um movimento, mais a expectativa e o tesão aumentam.

Com o aumento da excitação, entram em cena os dois Fs do orgasmo: fantasia e fricção. Quer dizer, o pensamento deve estar voltado para o momento erótico e o estímulo adequado e constante. Para muitas, parar o movimento ou alterar o padrão pode acabar com a vontade de gozar, e ter que começar tudo de novo. Na relação a dois, cabe a mulher dar sinais ao par do que está dando certo, por exemplo, ao dizer “continue assim que eu vou gozar”.

“O importante é começar com calma e ir percebendo a receptividade do par. Movimentos delicados, como deslizar o dedo e a língua funcionam. É importante estimular em diferentes velocidades e pressões, até encontrar o ritmo ideal, enquanto alterna com estímulos em outras partes do corpo”, diz a sexóloga Quetie Mariano Monteiro, do Ambulatório de Medicina Sexual do Centro de Referência da Saúde da Mulher, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo.

Orgasmo

Conforme a excitação aumenta, o prazer começa a vir em ondas. Vai se tornando cada vez maior e desencadeia o orgasmo, que provoca contração na musculatura da vagina e no útero. A lubrificação intensifica e as mamas enrijecem. Nos homens, a pele das bolsas escrotais fica mais lisas e testículos e glande aumentam, discretamente, de tamanho.

Ele não dura mais que alguns segundos, mas o prazer é muito intenso. Depois disso, a vagina relaxa e sofre pequenas contrações involuntárias e o corpo fica bastante relaxado. Durante o orgasmo é jorrada a endorfina que permite a pessoa experimentar uma sensação de felicidade e bem-estar. Oxitocina também é liberada, o que favorece a conexão emocional e ajuda a aliviar dores e tensões.

Recuperação

Depois do orgasmo e as liberações de hormônios, há uma intervenção da amídala (região do cérebro reguladora do comportamento sexual) para o corpo voltar a funcionar como antes do ato sexual. O clitóris, nesse momento, fica muito mais sensível e muitas mulheres sentem dor ao tocá-lo. Se continuarem os estímulos, contudo, o primeiro orgasmo pode reverberar e acontecer o chamado orgasmo múltiplo. Para isso, vão precisar escolher os movimentos mais prazerosos, para retomar a excitação.

Mas não se cobre demais, ficar no primeiro orgasmo é muito bom, basta sentir a sensação que o corpo traz de relaxamento e curtir o prazer que acabou de vivenciar.


Conteúdo originalmente publicado no site Universa, do UOL.

Crédito de imagem: Getty Images

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