Sobre as técnicas para fazer filho comer

Seu filho come bem? Reze todos os dias e agradeça aos céus!
Alimentar um filho é tão importante para uma mãe quanto respirar. Se ele não come bem, gera uma preocupação lá no fundo, nas nossas entranhas. Passou o dia sem almoçar? À tarde você já está estressada, pensando em planos e comidas mirabolantes para ver se ele janta ou lancha ou come qualquer coisa, PelamordeDeus!!
Não tem jeito, faz parte do nosso papel biológico de fêmeas nutrir a cria para que ela cresça saudável.
Bom, neste quesito alimentação estou pagando o trabalho que dei pra minha mãe quando era criança. A Marina, minha primeira filha, é triste. Sempre deu trabalho, desde a amamentação, veja meu sofrimento com isto aqui. Eu pensava que era porque ela nasceu prematura, mas o martírio se estende até hoje. Já melhorou um pouco, não posso ser tão trágica. Mas ela continua no seu imutável percentil 10 para o peso e 50 para altura (esta varia de 50-75). Hoje ela tem 4 anos e pesa 13,6kg (engordou 100gr nas férias, yes!)… Você vê, não é neura da minha cabeça, a bicha é um fiapo (não aparenta, mais é, viu?).
O pediatra já cansou de me tranquilizar. Ela é saudável apesar do peso, é longilínea, está corada, é constitucional, etc. Sim, é tudo verdade, mas não dá para prescrever uma vitaminazinha???
O Victor, por sua vez, tem mais apetite. Nada fenomenal, mas acaba sempre comendo alguma coisa. Ele já passou por várias fases, incluindo umas de ficar selecionando cada alimento no prato e recusava se tinha um grão de arroz grudado no que havia escolhido.
E, é claro, comem muuuuito melhor com a babá. Comigo é uma manha só. Por isto, digo lá do fundo do meu ser: ODEIO a hora de papar! Porque são tantas “manobras” pra fazer uma colher entrar dentro da boca que fico cansada e irritada. Quando dizem não, quase imploro (mentalmente, eu imploro, tá?), só mais uma colher, por favor…
Diante de tal situação, já desenvolvi várias técnicas. Algumas não são como ditam as regras dos famosos livros infantis (já li tudo) que dizem o seguinte: a criança deve comer sozinha, sentadinha na mesa, com os adultos, sem nada para distraí-la, para que consiga degustar cada alimento individualmente (sim, não pode misturar tudo no prato). A alimentação deve ser variada, o prato colorido com tudo que é tipo de legumes, etc. E se a criança não comer, deixe-a passando fome, quando pedir alguma coisa, ofereça o mesmo prato, não importa o grau de escândalo, blá, blá, blá…
Seu filho come assim? Reze duas vezes então, todos os dias.
Já passamos por várias situações, algumas pouco ortodoxas, devo confessar (era o desespero gente), mas atualmente, o que dá mais certo lá em casa é:
– Ter um horário bem estabelecido das refeições, principalmente dos lanches. Comer uma hora e meia antes de almoço e jantar, já era prato limpo.
– Oferecemos o que eles estão habituados e gostam de comer. Fazemos poucas variações e introduzimos novos alimentos timidamente para eles não implicarem.
– E os legumes? São disfarçados junto com o arroz, o macarrão, etc. Comem sem nem ver. A Marina, por exemplo, implicou com o feijão. Então coloco no prato, digo que esqueci que ela não gostava e que vou deixar separado e o coloco disfarçadamente na colher, atrás do arroz…É, dá trabalho…
– Negocio com a sobremeza que, na maioria das vezes vem depois da fruta, tipo dois biz ou um punhadinho de mm. Funciona bem para Marina, para o Victor, esquece. Ele não come mais e fica berrando querendo o prêmio.
– No entanto, o que mais dá certo em casa é distraí-los durante a refeição. Não, não é com a TV (esta só quando estou desesperada ou de muuuito saco-cheio), mas com livrinhos, desenhos no papel e quebra-cabeças. Este último, tem garantido barrigas-cheias. Enquanto ficam entretidos, nem veem o que estão comendo.
Era pra sair uma foto do Vitinho terminando um quebra-cabeças de 24 peças (orgulho!) e um prato limpo do lado, mas o blogger se recusa a inserir uma foto no Ipad de onde escrevo…(se alguém souber, me ajuda, vai)
– Aqui em casa só comem sozinhos quando estão com muita fome ou quando querem se exibir para alguém.
Devo confessar um outro segredo…A Marina implicou com o leite depois que tirei a mamadeira. Era uma bezerra e no copo não bebia nem três goles. Eu sempre ficava na ladainha chata de toda mãe, tipo:” você precisa pra crescer, etc”. Eis que ela ganhou um cofrinho nestas lembrancinhas de aniversário ( o povo tá criativo) e um dia tive a idéia de negociar. Todo dia que ela tomasse um copão de leite ( com muita sustagem), ganharia uma moeda. Pergunta se deu certo? A pessoa toma o copo inteiro em cinco minutos. Certo, errado? Não sei, mas a minha neurose de mãe-médica com o cálcio dá uma trégua. E atire a primeira pedra quem nunca fez um “pecadinho”assim.
Termino o post de hoje com uma frase do famoso livro do Ricardo Lamare:
“A pessoa que irá alimentar a criança deverá armar-se com uma couraça de paciência e resignação”.
bje até mais!